A FORÇA DO ESTIGMA DA ESCRAVIDÃO NO BRASIL OITOCENTISTA

Nilene Matos Trigueiro, Ricardo de Figueiredo Lucena

Resumo


A forte presença negra não impediu que estes indivíduos passassem despercebidos na representação social das cidades brasileiras, no século XIX. A elite negava-se a aceitar a cultura e qualquer tipo de inclusão do negro escravizado em seus espaços públicos de convivência. Jornais, revistas, obras de arte os omitiam para retratar a vida da elite branca, suas conquistas e comportamentos percebidos como civilizados. No intuito de preservar a identidade e afirmar a sua superioridade, o grupo dominante utilizou-se de estigmas que inferiorizavam e denegriam a imagem do negro. Provas desse comportamento não faltam, em autores como Rego e Freyre, cujo olhar transformava o estigma social em justificativa biológica, para construir a imagem do negro como um indivíduo dependente das benesses do branco. Diante desse contexto, as primeiras leis de combate à escravidão tornaram-se insuficientes para garantir o direito pleno à liberdade e a cidadania dos ex-escravos que, temendo retornar a sua condição anterior, desenvolviam artimanhas e lutavam para se defender do estigma da escravidão.


Palavras-chave


escravidão; estigma; representação social.

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ISSN 1676-9570 (impresso - ENCERRADO)

ISSN 2178-437X (eletrônico)

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