Um diálogo entre a Lei 10.639/03 e o pensamento filosófico do camaronês Marcien Towa

Roberto Jardim da Silva

Resumo


O objetivo desse trabalho é estabelecer um dialogo entre o pensamento filosófico do camaronês Marcien Towa e a proposta da Lei 10639/03. Ao tornar obrigatório o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana nas escolas do Brasil, a Lei 10639/03 visa a desconstrução da forte presença do eurocentrismo e da ideologia do branqueamento no ensino brasileiro. Do outro lado do Atlântico Towa busca colocar em questão a possibilidade de existência de uma filosofia africana. Ao fazê-lo, ele se propõe a responder à pergunta "Existe uma filosofia negro-africana?" Durante a construção de sua resposta, Towa  evidencia a forma equivocada como os europeus construíram o falacioso silogismo que infere que os negros africanos são incapazes de racionalidade e, portanto, incapazes de participarem da construção da história universal. A desconstrução que o autor faz desse pensamento tem muitos pontos em comum com a desconstrução que a lei 10639/03 busca fazer, da forma também equivocada, como a população negra é vista no Brasil - como não sujeitos da própria história e da história do Brasil. Para pensar a construção da ideia da não iniciativa histórica dos negros será usado o pensamento de Knolo e para pensar a desconstrução do etnocentrismo sera usado o pensamento Gilroy.

Palavras-chave


Filosofia africana; Revisão histórica; Lei 10639/03; Desconstrução de falsos silogismos

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ISSN 1676-9570 (impresso - ENCERRADO)

ISSN 2178-437X (eletrônico)

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