Mito e rito na religiosidade popular: comentários sobre uma canção de Gilberto Gil e Rodolfo Stroeter

Carlos Eduardo Brandão Calvani

Resumo


O propósito do presente texto é comentar uma abordagem específica da religiosidade popular desenvolvida através de uma canção de Gilberto Gil e Rodolfo Stroeter, intitulada “Xote”. Optamos pelo verbo “comentar” porque está fora dos propósitos de nosso texto “explicar” a canção. O que o presente texto propõe é uma interação estético-hermenêutica de natureza “compreensiva”, muito mais que uma abordagem “explicativa”. O artigo especifica o que se compreende por “canção”, e solicita do leitor o exercício prático de audição (escuta) atenta e compreensiva da mesma, tal como gravada pelo artista. A narrativa da canção “Xote” nos conduz a um espaço imaginário de devoção popular. Neste lugar mítico realiza-se um mecanismo de troca-simbólica entre mulheres devotas e uma santa que lhes proporciona constantemente a graça desejada. Porém, a quebra da tradição, com a interrupção do rito ou com sua modificação interrompe a continuidade do milagre. A canção inquieta o ouvinte ao sugerir que, a despeito de todo avanço das ciências na modernidade, ainda há oportunidade no mundo para o poder e a continuidade das tradições religiosas populares.


Palavras-chave


Religiosidade popular; Troca simbólica; Gilberto Gil; Música Popular Brasileira; Ensino Religioso.

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ISSN 2238-8516

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