A EXPERIÊNCIA DO SAGRADO E O ISOLAMENTO EXISTENCIAL NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA

Rafael Lucas Santos da Silva

Resumo


Procurou-se construir no presente artigo uma análise sobre a experiência do sagrado a partir estudos do filósofo e historiador das religiões Mircea Eliade (1907-1986), em intersecção às reflexões analíticas de Peter Berger (1929-2017) e Roger Scruton (1944 -), respectivamente, na área de Sociologia do Conhecimento e Fenomenologia. Parte-se do pressuposto de que o fenômeno religioso constitui, essencialmente, em uma experiência do sagrado, a qual permite ao indivíduo inferir um sentido plausível à sua existência. A perda da credibilidade da religião e o consequente declínio do cosmos sagrado e a secularização das instituições não significou, entretanto, o abandono do sagrado. No século XIX e XX, a experiência do sagrado voltou-se sobretudo às ideologias políticas. Desenvolve-se, assim, uma investigação que considera a experiência do sagrado como uma função antropológica básica, com vistas a discutir se na cultura da sociedade contemporânea os indivíduos possuem modos de absorver no próprio ser experiências sagradas. Visou-se, posteriormente, compreender as consequências éticas quando os indivíduos vivem uma existência sem possuir nenhuma experiência sagrada, considerando que tal possibilidade acarretaria, além de um profundo sentimento de angústia, na dificuldade dos indivíduos formarem o senso de responsabilidade interpessoal.


Palavras-chave


Religião; Experiência do Sagrado; Crise existencial; Responsabilidade interpessoal.

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DOI: http://dx.doi.org/10.22351/nepp.v45i1.3295

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