Peter Berger e Rubem Alves: religião como construção social entre a manutenção do mundo e a libertação

Breno Martins Campos, Ceci Maria Costa Baptista Mariani

Resumo


Uma das grandes contribuições da sociologia para o estudo da religião foi o desvelamento de sua construção social. A religião, afirma a sociologia do conhecimento, aqui representada por Peter Berger, assim como toda a realidade social, é construção humana. Toda sociedade humana é um empreendimento de construção do mundo e a religião ocupa um lugar destacado nesse empreendimento: é um privilegiado instrumento de legitimação, de manutenção da ordem, de preservação do status quo. No entanto, paradoxalmente, também afirma Berger, em alguns casos, a religião possibilitará a desalienação, exercerá função crítica, aparecerá na história, quer como força que sustenta, quer como força que abala o mundo. Se a religião, por um lado, tende a conceder a qualidade da imortalidade às formações humanas, por outro, pode chegar a relativizá-las radicalmente. Com o objetivo de contribuir para a compreensão da religião na construção social da realidade e sua dinâmica paradoxal, este artigo privilegiará dois autores: Peter Berger e Rubem Alves. Teólogos de formação, ambos enfrentam o enigma da religião sem medo de afirmá-la tensa entre a legitimação e a crítica. Por meio de metodologia bibliográfica e qualitativa, o que será apresentado é fruto de pesquisa exploratória de parte da produção intelectual desses dois autores, principalmente naquilo em que eles se tocam quanto ao tema geral da religião como repressão ou libertação.

Palavras-chave


Peter Berger; Rubem Alves; Religião

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DOI: http://dx.doi.org/10.22351/nepp.v36i0.2396

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