Neopentecostalismo e sociedades abertas na América Latina: uma nova visão sobre a religiosidade no processo de globalização, conforme uma leitura de Popper

Fernando Antonio da Silva Alves

Resumo


Através da análise do conceito de sociedade aberta, estabelecido por Karl Popper, pretende-se observar o crescimento do neopentecostalismo, e, especialmente de instituições religiosas como a igreja Universal e suas similares, levando em conta suas ramificações no continente latino-americano, além de um paradoxal crescimento do dogmatismo e da pregação de uma verdade absoluta instituída nos termos não mais de uma fraternidade universal, mas sim de uma teologia da prosperidade, nos moldes de uma religiosidade neopentecostal. Com isso, visa-se demonstrar o quão tal pregação é consentânea com os marcos de uma sociedade de consumo, pós-industrial, e não mais do discurso religioso de matriz católica, presente nos outrora regimes autoritários e ditatoriais presentes no continente latino-americano, há trinta anos. Mediante uma abordagem filosófica e sociológica, decodificando certos conceitos teológicos, interessa neste estudo, ao se utilizar o pensamento de Popper, verificar até que ponto o conservadorismo e manutenção do status social, típico de sociedades fechadas, puderam encontrar campo fértil para se desenvolver, agora no âmbito de sociedades abertas, mediante as lacunas deixadas pelo Estado em suas políticas públicas, no período de redemocratização das nações latino-americanas, pelo surgimento e crescimento de agremiações religiosas que unem o discurso liberal da prosperidade capitalista com a manutenção de um dogmatismo religioso no âmbito dos costumes, que se traduzem numa nova perspectiva política neoconservadora, a se desenvolver com o processo de globalização, responsável por novas integrações regionais entre Estados e grupos religiosos.

Palavras-chave


Sociedade aberta; Religiosidade; Neopentecostalismo; Teologia da prosperidade

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DOI: http://dx.doi.org/10.22351/nepp.v29i0.230

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