(ECO)FEMINISMO CAMPONÊS E OS ELEMENTOS INSERIDOS EM MAD MAX: A ESTRADA DA FÚRIA (2015)

Neusa Schnorrenberger, Rosângela Angelin

Resumo


O cuidado com o meio ambiente ecológico é um saber ancestral das mulheres. A história da humanidade revela que as mesmas foram precursoras em possibilitar as condições necessárias para a expansão de uma das invenções tecnológicas que evolui para um novo patamar o destino da humanidade: a agricultura. Essa relação entre mulheres e meio ambiente pode ser vislumbrada pelos (eco)feminismos, que são teorias e, ao mesmo tempo, um movimento social que alcança duas esferas: a ecológica e a feminista, isso devido as mulheres estarem mais preocupadas com o meio ambiente ecológico para as presentes e futuras gerações. Neste viés o (eco)feminismo camponês é entoado e entrelaçado com mensagens subliminares no filme Mad Max: a Estrada da Fúria (2015). Frente a isso e mediante um estudo hipotético dedutivo permeado por uma análise com viés feminista, o presente artigo lança o seguinte questionamento condutor: como os elementos do (eco)feminismo  camponês são inseridos e apresentados em Mad Max: a estrada da fúria (2015)? O estudo aponta para o fato de que a produção cinematográfica em sua triologia anterior, sempre atentando aos interesses do universo masculino, em sua nova versão ofereceu um uma gama de elementos ideológicos (eco)feministas e que não passaram despercebidos, como a preservação das sementes. O conteúdo do mesmo conversa com as posturas de denúncias adotadas pelas mulheres do movimento camponês.


Palavras-chave


Ecofeminismo; Patriarcado; MAD MAX: A ESTRADA DA FÚRIA; Ecofeminismo camponês.

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